Paisagem da Janela
(Lô Borges – Fernando Brant)
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Da janela lateral do quarto de dormir
Vejo uma igreja, um sinal de glória
Vejo um muro branco e num vôo um pássaro
Vejo uma grade e um velho sinal
Mensageiro natural de coisas naturais
Quando eu falava dessas cores mórbidas
Quando eu falava desses homens sórdidos
Quando eu falava desse temporal
Você não quer acreditar, mas isso é tão normal
Você não quer acreditar, e eu apenas era
Cavaleiro marginal banhado em ribeirão
Cavaleiro negro que viveu mistérios
Cavaleiro e senhor de casa e árvores
Sem querer descanso, nem dominical
Cavaleiro marginal lavado em ribeirão
Conheci as torres e os cemitérios
Conheci os homens e os seus velórios
Quando olhava da janela lateral
Do quarto de dormir
Você não quer acreditar, mas isso é tão normal
Você não quer acreditar, mas isso é tão normal
Um cavaleiro marginal, banhado em ribeirão
Você não quer acreditar…